O BRASIL TEM UMA CARGA TRIBUTÁRIA MUITO ELEVADA! (ISSO É UM MITO)!
Os
“arautos da alta carga tributária” podem até reconhecer que é bobagem dizer QUE O BRASILEIRO É QUEM MAIS PAGA IMPOSTOS NO MUNDO! Mas, ainda assim, poderão confirmar que se trata de uma carga extremamente elevada, semelhante à do Reino
Unido (35,2%) e bem maior que a de Canadá (30,7%) e Suíça (28,2%).
É
verdade que muita gente paga muito imposto no Brasil, especialmente os
assalariados. Mas fazer uma comparação usando apenas um único parâmetro, o de
Carga Tributária Bruta (CTB) simplifica as coisas: dá a impressão de que
Tributos = Dinheiro do Estado. Na realidade, as coisas não são bem assim. Um
debate mal feito leva a políticas mal feitas.
Só
que nem todo o dinheiro arrecadado pelo Estado fica com ele. Para fazer uma
comparação justa dos países ricos com o Brasil (ou com qualquer país) é preciso
ver efetivamente o quanto fica com o Estado.
Acontece que, do total “bruto” recolhido
dos impostos pelo Estado, parte é redistribuída diretamente para o cidadão, na
forma de transferências obrigatórias (aposentadorias, pensões, assistência e
programas de renda mínima) e subsídios (financiamento habitacional, da produção
industrial e agrícola, por exemplo), e NÃO ENTRA efetivamente no “caixa do
estado”.
Ainda assim, vendo o Brasil na 13ª posição não parece
convincente (já que se esquece que é uma lista com 18 países). Mas quando
outros países são incluídos na comparação, A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL JÁ NÃO
PARECE SER TÃO ALTA. De acordo com dados de 2011 do Banco Mundial, ao se
excluir da carga tributária transferências obrigatórias (como pensões e
aposentadorias) o Brasil aparece na 59ª posição, entre 104 países, ficando
muito próximo da média mundial e atrás de países como Chile, Uruguai e África
do Sul, além, claro, de muitos países desenvolvidos.
Ao contrário de muitos países emergentes, SÓ o Brasil
tem um sistema universal de aposentadoria, o que é sistematicamente ignorado
nos noticiários sobre impostos e “carga tributária”. E mais: diferentemente de
muitos desses países e até mesmo dos EUA, o Brasil também possui um sistema
público universal e gratuito de saúde, o SUS (embora, claro, não tenha a
qualidade do sistema de países europeus) e, diferentemente de países como o
Chile, O PAÍS OFERECE EDUCAÇÃO PÚBLICA E GRATUITA, embora a qualidade em geral
seja ruim. Mas isso explica em grande parte por que a carga continua sendo mais
elevada que outros países emergentes que não possuem tal sistema de serviços
públicos.
ASSIM, O QUE À PRIMEIRA VISTA PARECIA SER UM
“INCHAÇO” DA MÁQUINA, DECRETADO PELA “CARGA TRIBUTÁRIA RECORDE” DE 35,85% DO
PIB, OLHANDO MAIS DE PERTO, REVELA SER UM ESTADO “ENXUTO”, QUE É SUSTENTADO POR
13% DO PIB – QUANDO SE EXCLUI OS RECURSOS QUE, PARA EFEITOS PRÁTICOS, NÃO
ENTRAM NO SEU CAIXA PARA BANCAR AS DESPESAS PARA SEU PRÓPRIO FUNCIONAMENTO
(“CUSTEIO”) OU PARA ATENDER À POPULAÇÃO
Será que a “carga tributária” é realmente pesada para
todos? Quem PODE pagar mais efetivamente
paga mais? É possível ter um sistema tributário justo e adequado para manter
serviços públicos de qualidade com uma estrutura tributária em que predominam
os impostos indiretos?
A divisão dos
recursos dos impostos entre os entes federativos faz sentido, levando em conta
as atribuições e demandas populares por direitos e serviços públicos de melhor
qualidade no plano local. Ao desmistificar o mito do “Estado inchado” e o da
“má gestão”, um debate mais profundo sobre a “carga tributária” pode começar a
ser feito.
Em outros termos. Uma grande Reforma Tributária! Uma
grande Reforma política. MAS ISSO já é OUTRA HISTÓRIA!
O grande problema não é o valor do imposto que é altissimo sim. 34º num universo de mais de 200 países estamos entre as maiores sim. O maior problema é o NÃO RETORNO dos impostos pagos. Concordaríamos em pagar o mesmo imposto pago pelos ingleses, suiços, canadenses, franceses, dinamarqueses etc... mas com o mesmo retorno e qualidade de vida. Pagaria com gosto sabendo que teremos ruas, estradas com asfalto de qualidade, escolas públicas de qualidade, saúde idem e segurança nem se fala. Quanto a aposentadoria universal, ela não está imbutida nos impostos porque é paga pelo trabalhador, religiosamente descontado de seu salário por 35 anos.
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