sábado, 5 de julho de 2014

A TRAGÉDIA DE NEYMAR, O NOVO EL CID.

A TRAGÉDIA DE NEYMAR, O NOVO EL CID. 
                                                              Uma cronica de Luis Figueiredo

Neymar saindo de campo machucado 

Amigos, a partida Brasil x Colômbia foi memorável. Se por toda a copa nosso escrete foi um agregado de ótimos jogadores que não se comunicavam, ontem finalmente e para todo o sempre jogamos como um time. Boa parte disso devemos agradecer aos nossos oponentes, que deram jogo franco, atacaram como bárbaros sedentos de roubarem nosso sonho. Prontos para sangrar-nos como em 50. Nesta copa, todos os latinos desejam ser o Uruguai de 50.
Havia James, a promessa áurea da Colômbia. Ele chegou a nos amedrontar, até o apito inicial. Desde então nossa defesa foi um castelo hermético. Júlio Cesar, após salvar-nos contra o Chile, pôde por muito tempo pentear os cabelos, Rapunzel em sua torre inexpugnável. Torre que é guarnecida por dois gárgulas sombrios e fortes, emotivos, apesar de serem feitos de pedras, são eles puro coração, vontade solidificada em dois zagueiros portentosos. Tiago Silva e David Luís, nossos gárgulas. Corriam os atacantes colombianos, desejosos do gol e logo eram cobertos pela sombra mística dos gárgulas, eles tinham asas, olhos vermelhos capazes de prever o futuro dando-os a capacidade de postar-se no exato local e momento para roubar a bola.
Nosso Craque, o gênio-menino Neymar, não jogava bem, estava guardando seu brilhantismo para o próximo jogo, caprichos que só os gênios podem ter. Nesse ínterim o menino Neymar cobrou um escanteio, Fred, o judas malhado, fez o serviço silencioso segurando dois defensores para que Tiago Silva ruflasse suas asas de pedra e de maneira simples e fatal cravasse o primeiro tento.


Neymar.

Mas nossos zagueiros queriam mais. Tempos depois, uma falta. Silêncio no estádio. David Luís corre e como um engenheiro pós-graduado faz real uma parábola de beleza e perfeição matemática. Era nosso segundo tento.
Houve um gol da Colômbia, sim. Houve muita vontade, muita força e muita luta por parte de nossos combatentes. Mas houve a tragédia e a tragédia é o gênero maior da literatura e do futebol.
Dizia Aristóteles que a tragédia deveria cumprir três condições fundamentais: possuir personagens de elevada condição, ser contada em linguagem magistral e ter um final triste. Somem dois mais dois, caros amigos. Temos a tragédia futebolística máxima, digna de calar Sófocles ou Shakespeare. Nosso craque, de elevada condição, foi atingido de maneira implacável nas costas, em nossa primeira partida magistral, e assim, estava ele fora da copa, tiravam de nosso menino o sonho de vencer sua primeira copa do mundo.
O Brasil é um país sem memória, dirão os idiotas da objetividade, e eu responderei. Os heróis nunca morrem, os heróis jamais serão esquecidos. Contra o pragmatismo alemão e raivosos como cães que perderam um ente da matilha, nossos onze jogadores serão todos Amarildos possessos de uma vontade fulgurante.


EL CID, O HERÓI ESPANHOL QUE LIDEROU UMA BATALHA E VENCEU, AMARRADO EM SEU CAVALO.

E quanto a Neymar? Nosso menino estará, de alguma forma lá. Sua figura deve fazer-se presente nesse continuar de copa. Como El Cid, o simulacro de sua existência em campo será capaz de fazer  tremer nossos oponentes. É ISSO, MEUS CAROS AMIGOS, O FUTEBOL É A LITERATURA TRADUZIDA EM ESPORTE.


Luís Figueiredo (28 anos, FORMADO EM LETRAS PELA FATEA, PROFESSOR NA REDE ESTADUAL DE SP FAZENDO PÓS GRADUAÇÃO NA UNITAU, SP APAIXONADO POR ANA LUISA, E PELO CORINTIANS  KKKK)


NOTA MINHA: 
*Quem    foi EL CID: Quando , no século XI a cidade de Castela esteve sitiada pelos mouros, o cavaleiro  que os soldados chamavam de El CID mesmo mortalmente ferido mandou que lhe amarrassem em seu cavalo, com a armadura e as armas de batalha e os liderou, vencendo e expulsando os mouros! Sua presença à frente de seus guerreiros, mesmo depois de morto,  foi a inspiração,  o motivo de força e de alento para seus guerreiros! 

E para quem ainda se lembra,como eu,  Amarildo foi o jogador que substituiu Pelé, que saiu  machucado na Copa de 1962.  E QUE VENCEMOS!  Dadinha 

4 comentários:

  1. Bela "sacada" do autor atrelar a imagem do CID, ( senhor) da peleja ao Neymar, ELE mesmo não estando, ESTARÁ LÁ, COM OS COMPANHEIROS! PARABÉNS!

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  2. VERDADE! E a lembrança de Amarildo também foi muito feliz, quem vier para substituir Neymar poderá ser um novo Amarildo, o goleador que substituiu Pelé à altura!!! Obrigada pela participação!

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  3. Lindo, diante de tantas idiotices que lemos na internet, ler uma peróla como esta alivia a alma!!!

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  4. lindo mesmo, Regina, esse menino é um jovem professor de Portugues, leciona na terra do tucano Alckmim , e eleitor da DILMA e do PT , tem uma lucidez pouco comum à jovens de sua idade!!! Gostei tanto de sua crônica que a reproduzi no blog. Obrigada pela participação!

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