O MITO DA PRINCESA
REDENTORA- NÃO FOI BEM ASSIM....
Quando eu era criança , na escola primária me ensinaram uma
canção que dizia assim:
Princesa dona Izabel, mamãe
disse que a senhora,
Perdeu o seu lindo trono, mas
tem um mais lindo agora!
No céu está esse trono, que
agora a senhora tem.
Além de ser mais bonito, tem
mais nobreza também.
Isso era cantado nas homenagens
de 13 de maio, data da comemoração da libertação dos escravos pela princesa
filha de D. Pedro II. Só adulta entendi e aprendi que não tinha muita coisa para
comemorar. Já que a princesa seguiu a vontade de alguns europeus e brasileiros vindos de estudos na Europa e América, que abominavam a escravidão. A grande maioria
dos senhores de escravos, estavam insatisfeitos com a lei do ventre livre e dos
sexagenários que lhes deixavam apenas despesas e escravos com limitações! E
nenhum deles jovem e forte! Pouco lhes servia manter a escravidão , quando tantos imigrantes fortes, com vontade de trabalhar
chegavam da Europa e Ásia às lavouras do país especialmente no sul e sudeste.
A primeira lei que deu alguma liberdade aos negros no brasil
foi a lei do ventre
livre, sancionada pelo visconde do Rio Branco, em setembro de 1871, e rezava que “os
filhos da mulher escrava que nascerem no império, desde a data desta lei, serão
considerados livres”.e dizia ainda que “os
ditos filhos menores ficariam em poder e
sob a autoridade dos senhores de suas mães, os quais tinham que alimentá-los e criá-los até a idade de 12 anos completos”. Despesas
para o senhor, sem o retorno em trabalho do filho da escrava.
A
lei dos sexagenários foi promulgada em 1885, e daí nenhum homem ou mulher de sessenta anos ou mais continuava escravo, mas muito poucos chegavam até essa idade, devido à doenças ou maus tratos. De modo geral, essa lei
previa a libertação dos escravos negros que tivessem 60 anos, e que esse
trabalhador deveria dar mais três anos de trabalho gratuito ao senhor, como
forma de indenização. Ou seja, continuar como escravo mais tres anos.
A
lei não mudava praticamente nada no panorama da escravidão no Brasil. Era uma
lei atrasada que não mexia nos privilégios dos grandes latifundiários
escravocratas. A escravidão tornara-se antieconômica para os fazendeiros e senhores de engenho. Por
isso muitos deles aderiram ao abolicionismo. No Ceará, por exemplo, a
escravidão foi abolida em 1884. E SÓ então em 1888 a princesa Izabel
assinou a lei Áurea que dava liberdade à todos os escravos.
Levas deles ficaram
a perambular pelas estradas, andando pelas ruas e vielas das cidades e vilas, sem ter o que comer ou onde trabalhar. Muitos se
ofereciam nas fazendas e nos sobrados para trabalhar em troca de comida. E daí apenas os mais
fortes e capazes eram aceitos! O resto ... ficava ao “DEUS dará” esmolando e fazendo biscates!
A
escravidão acabou porque era do interesse dos grandes sob pressão de ingleses,
americanos e europeus que tinham negócios no Brasil. É isso!
E hoje, quando podemos diminuir a IMENSA dívida que temos com eles, através da inclusão das COTAS no ensino Superior, em vigor no Brasil desde 2002, a política de cotas visa garantir espaço para minorias etnicas, índios, negros e pardos nas
instituições de ensino superior, em concursos públicos como outras políticas de
ação afirmativa que garantem ao negro a inserção que ele merece. MUITOS descendentes dos poderosos de outrora hoje torcem o nariz contrariados com as cotas. COMO SEMPRE FOI!
Devemos rever os livros escolares e colocar os pingos nos ís. O mito da princesa libertadora, não foi essa linda história que sempre cantaram e contaram.
FONTES:
http://histoblogsu.blogspot.com.br/2009/06/lei-do-ventre-livre-sexagenario-e-lei.html